Diferente do que muitos imaginam, a higiene ocupacional nada tem a ver com a assepsia e limpeza no ambiente de trabalho.
Na verdade, a “higiene industrial” ou “higiene laboral”, como também é conhecida, se dedica ao gerenciamento dos riscos ocupacionais aos quais os trabalhadores estão expostos. São agentes físicos, químicos e biológicos que podem comprometer a saúde do trabalhador.
Desse modo, através da higiene ocupacional, são realizadas ações de prevenção e controle das condições do local de trabalho. O objetivo é preservar o bem-estar e a saúde laboral, levando em conta ainda o meio ambiente e a comunidade.
Quais as fases da higiene ocupacional?
Como citamos acima, a aplicação das ações de higiene ocupacional passa por quatro etapas: antecipação, reconhecimento, avaliação e controle dos riscos ocupacionais.
Vejamos mais sobre cada uma delas:
Antecipação dos riscos
Na primeira fase da higiene ocupacional, é feita a observação dos riscos potenciais da operação ou atividades desenvolvidas naquele ambiente. Essa etapa é fundamental para que medidas preventivas possam ser tomadas antes da implementação ou modificação de quaisquer processos industriais.
Reconhecimento dos riscos
Nessa fase tem início a avaliação qualitativa relacionada à identificação dos agentes físicos, químicos e biológicos que se fazem presentes no ambiente de trabalho e que podem causar danos à saúde e à integridade física dos trabalhadores.
É fundamental que seja realizado um estudo sobre as matérias primas, produtos, métodos e procedimentos de rotina, assim como serviços, processos, instalações e equipamentos.
Avaliação dos riscos
Esta é a fase de avaliação quantitativa dos riscos. Ela deve levar em consideração os limites de tolerância previstos na Norma Regulamentadora n.15 (NR 15) do Ministério do Trabalho.
Segundo as especificações da norma, os limites de tolerância são avaliados de acordo com a concentração ou intensidade (mínima ou máxima) em relação à natureza e ao tempo de exposição ao agente. De modo que não cause danos à saúde do trabalhador durante sua vida laboral.
Controle dos riscos
A última fase da higiene ocupacional é a de controle, de modo que se possa agir efetivamente para eliminar ou diminuir os riscos ocupacionais antecipados, reconhecidos e avaliados no ambiente.
Quais são os agentes de risco ocupacional?
Existem cinco categorias que classificam os agentes de risco ocupacional. São eles:
Agentes físicos
São aqueles que se originam de máquinas ou condições físicas do ambiente ocupacional. Alguns exemplos de agentes físicos são: ruídos, vibração, radiação, frio, calor, pressão e umidade.
Agentes químicos
São os riscos oriundos de substâncias químicas, sejam elas em estado sólido, líquido ou gasoso. Esses, caso sejam absorvidos pelo organismo, podem gerar reações tóxicas. Como exemplo podemos citar gases, poeira, vapores e produtos químicos em geral.
Agentes biológicos
São considerados agentes de risco biológicos aqueles que podem vir a causar doenças por conta da contaminação, mas também pela natureza da atividade. Citamos como exemplo o trabalho em laboratórios onde possa existir contato com vírus, bactérias, parasitas, fungos, entre outros.
Agentes de risco ergonômicos
São aqueles que podem gerar distúrbios fisiológicos e psicológicos, de modo a provocar alterações no organismo, lesões musculoesqueléticas ou alteração emocional. Por exemplo: esforço físico intenso, levantamento de pesos, postura inadequada.
Além disso, longas jornadas de trabalho, situações de estresse, controle rígido de produtividade, monotonia e repetitividade e rotinas intensas também são considerados riscos ergonômicos.
Agentes mecânicos ou de acidentes
São agentes que ocorrem em razão das condições físicas do ambiente laboral e que podem colocar em risco a saúde e integridade do trabalhador. Exemplos: equipamentos e máquinas sem proteção ou com defeito, ferramentas defeituosas, iluminação inadequada, eletricidade, trabalho em altura.
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